A Etiópia anunciou a suspensão temporária do serviço em amárico da Deutsche Welle, afetando nove jornalistas na capital, Adis Abeba, e em outras cidades. A Autoridade de Mídia Etíope alega que os profissionais violaram regulamentos de imprensa, alegando reportagens desequilibradas e sem fontes confiáveis. A decisão foi divulgada na quinta-feira, 23 de outubro, e ocorre em um momento em que o país se prepara para eleições em 2026.
A Deutsche Welle criticou a suspensão e pediu ao governo etíope que fornecesse as transcrições das reportagens questionadas. A crescente repressão à mídia na Etiópia é evidenciada por um aumento nas prisões de jornalistas e pela suspensão de canais internacionais, levantando preocupações sobre a liberdade de expressão. A ONG Repórteres Sem Fronteiras classificou a situação como alarmante, destacando que as leis de mídia estão sendo utilizadas como armas contra a imprensa.
As implicações dessa repressão são profundas, afetando o acesso da população a informações independentes. Observadores internacionais alertam que o controle da mídia pelo governo pode se intensificar, especialmente com a aproximação das eleições. A situação atual sugere um retrocesso nos avanços iniciais em liberdade de imprensa desde a chegada ao poder do primeiro-ministro Abiy Ahmed, em 2018.