Estudo revela que ‘Taxa das Blusinhas’ não gerou empregos no Brasil

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Um levantamento da LCA Consultores, encomendado pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), conclui que a chamada ‘Taxa das Blusinhas’, criada pelo governo federal, não obteve sucesso em estimular o emprego ou o investimento na indústria nacional. Instituída há um ano, a tarifa de 20% sobre importações de até US$ 50 onerou principalmente as famílias de menor renda, sem impactos positivos mensuráveis nas contratações formais. O estudo revela que apenas 0,97% de crescimento no emprego foi registrado nos setores beneficiados, contrastando com a média nacional de 3,04%.

A pesquisa destaca que cerca de 70% da arrecadação da taxa provém de consumidores das classes C, D e E, configurando um modelo tributário regressivo, que impacta desproporcionalmente os mais pobres. Desde a implementação da taxa, as importações mensais de bens de consumo diminuíram significativamente, com muitos consumidores desistindo de compras ao verem o preço final acrescido do imposto. O estudo também sugere que a política não apenas reduziu o poder de compra, mas também limitou a diversidade de produtos disponíveis no mercado.

O impacto da ‘Taxa das Blusinhas’ será discutido no Congresso Nacional, e especialistas defendem que é necessário repensar a estratégia para alinhar as políticas tributárias às melhores práticas internacionais. A análise de Eric Brasil, diretor da LCA Consultores, enfatiza que o atual modelo não gera os resultados esperados e propõe uma abordagem mais equilibrada que beneficie tanto consumidores quanto a indústria local. Essa revisão pode ser crucial para revitalizar o setor de e-commerce no Brasil e fomentar um crescimento mais sustentável.

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