Pesquisadores internacionais estão investigando uma construção inca de 600 anos localizada em Huaytará, no Peru. Conhecida como carpa uasi, a estrutura do século XV possui três paredes e uma abertura, o que sugere que sua arquitetura foi projetada para amplificar sons, como tambores utilizados em eventos significativos. Essa pesquisa, liderada pela professora Stella Nair, marca um avanço na compreensão do valor sonoro que os incas atribuíram a esse edifício.
O potencial acústico da carpa uasi não havia sido reconhecido anteriormente, embora o local já fosse alvo de estudos. Os pesquisadores utilizam registros em desenho e modelos 3D para reconstruir a imagem do edifício original e entender como o som se propagava por suas paredes. A análise aponta que a arquitetura inca não se limitava ao uso de pedras, mas também considerava aspectos efêmeros como o som, importante para a cultura da época.
Com a chegada dos espanhóis, a carpa uasi foi transformada em uma igreja católica, mas a pesquisa atual busca restaurar a compreensão de sua função original. A equipe, que inclui especialistas em arqueologia e música, destaca que os construtores incas eram sofisticados em sua abordagem acústica. Isso abre novas perspectivas sobre a engenharia do som na civilização inca e suas práticas culturais.

