Recentemente, a discussão sobre a possível deterioração da memória humana ganhou força após os resultados do PISA 2022, que revelaram uma queda acentuada no desempenho de estudantes em matemática e leitura. Essa situação gerou um clamor em torno da ideia de que estamos nos tornando ‘mais burros’ devido à distração digital, mas a realidade é mais complexa e envolve a adaptação do cérebro a um fluxo constante de informações.
Pesquisas indicam que a sobrecarga cognitiva, exacerbada pelo uso excessivo de tecnologias, tem impactos diretos na performance dos indivíduos. A atenção sustentada tem diminuído significativamente, com crianças e jovens adultos mostrando tempos de foco alarmantemente curtos. O fenômeno do ‘cognitive offloading’, onde dependemos da tecnologia para armazenar informações, também contribui para essa percepção de deterioração da memória, pois delegamos ao digital a tarefa de lembrar por nós.
Para lidar com essa questão, especialistas sugerem que a solução não é demonizar a tecnologia, mas sim reabilitar a prática do esforço mental como um hábito. A forma como interagimos com as plataformas digitais precisa ser revista, já que o ambiente atual prioriza a rapidez em detrimento da profundidade do pensamento. A conscientização sobre essa dinâmica é fundamental para reverter a tendência de atrofia cognitiva e promover um aprendizado mais eficaz.

