Um estudo recente identificou áreas prioritárias para mitigar mortes de araras-azuis-de-lear causadas por choque elétrico no norte da Bahia. Entre janeiro e agosto de 2025, 35 indivíduos da espécie foram encontrados mortos por eletrocussão na região do Raso da Catarina, onde a população estimada é de cerca de 2.500 aves. A pesquisa indica que a substituição de apenas 10% dos postes mais perigosos pode evitar até 80% desses acidentes.
A arara-azul-de-lear é uma espécie endêmica e ameaçada de extinção que teve sua população recuperada graças a ações de conservação. No entanto, o crescimento da rede elétrica local em cerca de 30% entre 2018 e 2023 aumentou os riscos para as aves. O estudo utilizou dados históricos de eletroplessões, informações sobre a malha elétrica e o comportamento das aves, que se alimentam principalmente do fruto do licuri, planta típica da Caatinga. Postes mais altos atraem as araras, elevando o risco de choque.
Publicada no Journal of Applied Ecology e apoiada pela FAPESP, a pesquisa envolveu instituições como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e BirdLife International. As medidas recomendadas podem reduzir significativamente as mortes das aves e evitar interrupções no fornecimento de energia, beneficiando tanto a conservação ambiental quanto a infraestrutura elétrica regional.

