Um estudo divulgado em 1º de outubro de 2025 na revista Nature Sustainability aponta que um vazamento de petróleo na Margem Equatorial pode provocar impactos ambientais e sociais mais graves que o desastre da Deepwater Horizon, ocorrido em 2010 no Golfo do México. Segundo os pesquisadores, as condições locais dificultariam o controle do vazamento, com modelos matemáticos indicando dispersão do óleo em até 132 quilômetros em apenas 72 horas, atingindo manguezais, recifes de corais e comunidades costeiras no Amapá.
A região abriga cerca de 700 mil pessoas, muitas das quais dependem da pesca artesanal e dos recursos naturais para sua subsistência, o que ampliaria os efeitos sociais do acidente. O estudo também relembra incidentes recentes na região, como o vazamento no Equador em março de 2025, que contaminou rios e afetou milhares de pessoas. A maior profundidade dos poços exploratórios na Margem Equatorial, que chegam a quase 3 km, dificulta ainda mais o controle e aumenta os riscos ambientais.
Os autores criticam a exploração petrolífera como estratégia para financiar a transição energética, argumentando que essa dependência eleva os riscos ambientais e contraria metas globais de redução de emissões. Eles defendem alternativas sustentáveis como bioeconomia, turismo e energia solar. O governo federal tem autorizado avanços nos testes da Petrobras na região, com o Ibama liberando simulações de emergência, último passo antes da licença de operação.