O professor de Direito Constitucional Gustavo Sampaio, da UFF, avaliou que a possível ausência do ministro Luiz Fux nos embargos de declaração sobre a condenação de Jair Bolsonaro não influenciaria o resultado do julgamento. Segundo ele, tanto uma condenação por 4 a 1 quanto por 5 a 0 resultariam na mesma situação jurídica, sem possibilidade de recurso, o que reforça a irrelevância do voto de Fux nesta fase do processo.
Sampaio também mencionou que a saída de Fux da Primeira Turma é uma mudança estratégica, pois sua posição, embora dissidente, não teria poder de alterar o desfecho final. A análise ocorre em um contexto em que a defesa de Bolsonaro tem utilizado a divergência do voto de Fux como argumento, mas o especialista acredita que, na prática, isso não acrescentaria valor ao esforço de apelação da defesa.
A transferência de Fux para a Segunda Turma do STF pode provocar mudanças na jurisprudência, especialmente em questões de interpretação da lei penal e processual penal. Contudo, é importante ressaltar que muitos assuntos ainda são decididos no plenário, onde os onze ministros deliberam, mantendo o equilíbrio nas decisões mais relevantes do tribunal.

