A erosão costeira tem causado destruição significativa em áreas litorâneas da América Latina, com destaque para Atafona, no Rio de Janeiro, onde mais de 500 casas e um prédio foram engolidos pelo mar nos últimos anos. No Chile, ondas de até 11 metros devastaram a costa central em 2015, colocando praias como Reñaca e Algarrobo em risco. Na Argentina, o fenômeno se espalha do sudeste de Buenos Aires para outras regiões, afetando também Uruguai e sul do Brasil.
Segundo o geógrafo Wagner Ribeiro, professor da Universidade de São Paulo (USP), a erosão resulta da combinação entre processos naturais e intervenções humanas que alteram o fluxo de maré e a deposição de sedimentos. Ele destaca que o avanço do mar força o abandono de áreas consolidadas e impacta comunidades pesqueiras, que perdem acesso a cardumes tradicionais. No Brasil, além de Atafona, localidades como Baía da Traição (PB) e Natal (RN) enfrentam situações críticas, sem um planejamento nacional integrado para a erosão costeira.
Apesar da falta de políticas nacionais robustas, iniciativas técnicas pontuais como o projeto ProCostaRS, liderado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), buscam monitorar a erosão e antecipar riscos climáticos. O avanço do mar representa um desafio crescente para a América Latina, exigindo ações coordenadas para proteger populações e ecossistemas costeiros vulneráveis.