As eleições legislativas da Argentina, realizadas no último domingo (26), registraram um inédito índice de abstenção de 34%, com apenas 66% dos eleitores comparecendo às urnas. Este resultado marca o menor comparecimento desde o restabelecimento da democracia em 1983, refletindo um crescente cansaço político e desconfiança nas instituições. O pleito é fundamental para a renovação de 127 cadeiras da Câmara dos Deputados e 24 do Senado.
A taxa de participação ficou abaixo do índice de 71,7% observado em 2021, durante a pandemia de Covid-19, e foi ainda menor que os 72,4% das eleições de 2001, em meio a uma grave crise econômica. A Câmara Nacional Eleitoral (CNE) apontou que um terço dos argentinos habilitados a votar optou por não comparecer. Este cenário revela uma tendência preocupante na relação entre a população e o sistema político do país.
As eleições também funcionam como um referendo sobre os dois anos de governo de Javier Milei, que busca ampliar sua base no Congresso para avançar em reformas econômicas e privatizações. O presidente, que recentemente assumiu o cargo, precisa garantir ao menos um terço da Câmara para consolidar sua governabilidade e evitar a derrubada de vetos presidenciais. Os primeiros resultados parciais devem ser divulgados às 21h (horário local).

