A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) se vê no centro de uma controvérsia após investigações que indicam a prática de fraudes, com descontos indevidos de aposentadorias do INSS entre 2019 e 2024, resultando em perdas de 2 bilhões de reais. Apesar das suspeitas, a entidade tem obtido sucesso em aumentar sua influência junto ao governo, conquistando assentos em conselhos nacionais e sendo convidada para participar de conferências internacionais, como a COP30.
Recentemente, o presidente em exercício assinou um decreto que prorroga por quatro anos a exigência de georreferenciamento de imóveis rurais, uma demanda apresentada pela Contag. Essa medida, segundo a entidade, é crucial para ajudar agricultores familiares a se adequarem às exigências legais, evitando a exclusão de famílias do acesso a políticas públicas e crédito rural. O georreferenciamento é fundamental para garantir a precisão dos limites das propriedades, facilitando transações e regularizações.
O decreto representa uma vitória significativa para a Contag, que argumenta que a prorrogação permitirá um tempo adicional necessário para que os agricultores se adaptem às novas exigências. A decisão, embora controversa, pode ter implicações duradouras na relação entre a entidade e o governo, além de influenciar a política agrícola no Brasil. A situação coloca em evidência as tensões entre interesses agrários e a necessidade de regulamentações mais rigorosas para o setor.

