O cinema brasileiro vive um momento de retomada significativa. Dados da Agência Nacional de Cinema (Ancine) indicam que, entre janeiro e agosto de 2025, as produções nacionais corresponderam a 11,2% dos ingressos vendidos nas salas do país, um aumento expressivo em relação aos 1,4% registrados em 2023. A cota de tela, medida legal que obriga os exibidores a reservar espaço para filmes brasileiros, foi apontada como principal responsável por essa evolução.
Além do crescimento na participação de mercado, a programação também mudou: as sessões dedicadas ao cinema nacional passaram de 4% em 2023 para 14,1% em 2025. Paralelamente, o número de salas de cinema ativas no Brasil superou os níveis pré-pandemia, chegando a 3.534 até agosto de 2025. No entanto, o público total ainda está abaixo do recorde de 2019, com 81,9 milhões de espectadores nos primeiros oito meses deste ano, contra 129,1 milhões naquele ano.
Apesar do aumento da presença nacional nas telas, o setor enfrenta desafios como a queda no número de lançamentos — foram 349 até agosto de 2025, menos que em anos anteriores — e a necessidade de manter a diversidade na programação para atrair o público. Especialistas veem o atual cenário como uma oportunidade para investimentos e parcerias internacionais, além de uma chance para fortalecer a conexão cultural entre o público e o cinema brasileiro.