O Brasil apresentou um aumento significativo no número de falantes de línguas indígenas, que saltou de 293.853 em 2010 para 433.980 em 2022, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE. O crescimento de 47,7% reflete não apenas a valorização das línguas indígenas, mas também um aumento de falantes fora das terras indígenas, que mais que dobrou no mesmo período, passando de 44.590 para 96.685 pessoas.
O Censo identificou 295 línguas indígenas faladas, superando as 274 registradas em 2010. A maior concentração de falantes está no Amazonas, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A importância deste crescimento é ressaltada por especialistas, que destacam que a oficialização das línguas é crucial para o acesso à cidadania e para o exercício de direitos, além de facilitar a comunicação nos serviços públicos.
Embora o número absoluto de falantes tenha aumentado, a proporção em relação à população indígena total caiu de 37,35% para 28,51% em 12 anos. No entanto, o percentual de falantes dentro das terras indígenas subiu, indicando um movimento de resgate cultural e valorização das línguas, que se reflete em políticas públicas voltadas para a educação bilíngue e reconhecimento linguístico.