O Censo Demográfico 2022, apresentado pelo IBGE, indica que o Brasil abriga 391 etnias e 295 línguas indígenas, um aumento de 28% em relação aos dados de 2010. O número total de falantes de línguas indígenas subiu de 293,8 mil para 433,9 mil, embora o percentual de indígenas que falam suas línguas nativas tenha caído de 37,3% para 28,5%. As etnias mais populosas incluem os Tikúna, Kokama e Makuxí, enquanto as línguas mais faladas são Tikúna, Guarani Kaiowá e Guajajara.
O estudo, que faz parte da publicação “Censo 2022: Etnias e línguas indígenas – Principais características sociodemográficas”, destaca um aumento de falantes nas Terras Indígenas. A gerente de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, atribui esse crescimento à valorização do pertencimento étnico e à autoafirmação identitária. Apesar do aumento no número de falantes, o Censo revela preocupações com desigualdades em acesso a serviços básicos, como saneamento e registro civil infantil.
Os dados mostram que São Paulo é o estado com maior diversidade étnica, seguido por Amazonas e Bahia. Além disso, municípios fora das capitais, como Campinas e Santarém, também apresentam grande diversidade. A preservação das línguas e culturas indígenas é vital, não apenas para a identidade dessas comunidades, mas também para a riqueza cultural do Brasil como um todo.