Na última quinta-feira, 22 de outubro, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência para a criação da ‘Bancada Cristã’, com uma votação expressiva de 398 a 30. A proposta, agora, pode ser votada em plenário a qualquer momento, dispensando a análise por comissões. O presidente da Câmara, Hugo Motta, destacou que a medida representa os interesses da população cristã brasileira, que compõe mais de 80% da população.
A iniciativa é liderada pelos deputados Gilberto Nascimento e Luiz Gastão, que defendem a importância de incluir a fé cristã no debate legislativo. Caso aprovada, a bancada terá voz e voto no colégio de líderes da Câmara, influenciando quais projetos serão discutidos. No entanto, a proposta enfrenta resistência, especialmente de parlamentares de esquerda, que argumentam que a Câmara deve permanecer laica e que a religião não deve ser usada como ferramenta de poder.
As críticas ressaltam preocupações sobre a laicidade do Estado brasileiro e a possibilidade de privilégios a uma religião em detrimento de outras. Parlamentares como Talíria Petrone e Tarcísio Motta afirmaram que, se necessário, recorrerão ao Supremo Tribunal Federal para barrar o avanço da proposta. O desdobramento dessa iniciativa poderá ter significativas implicações para o futuro da separação entre religião e política no Brasil.

