O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu adiar para 1º de janeiro de 2026 a suspensão da Moratória da Soja, um acordo firmado entre empresas compradoras que proíbe a aquisição do grão cultivado em áreas desmatadas na Amazônia. A medida visa preservar a floresta e foi alvo de questionamentos por suposta prática anticompetitiva.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destacou que o término da moratória pode influenciar os preços ao consumidor e a arrecadação dos estados. Segundo estudo encomendado pela entidade, entre 2018 e 2020 houve aumento de 16% no preço do óleo de soja, um dos derivados do grão, possivelmente relacionado à moratória. A CNA também ressaltou que o Código Florestal, e não apenas o pacto, é responsável pela preservação ambiental na região.
A decisão do Cade ocorreu após recurso judicial que suspendeu a determinação inicial de encerrar o acordo, considerada muito rápida. O adiamento permite maior prazo para adequação das empresas, que dominam cerca de 90% do mercado de soja no país. O desfecho terá impacto econômico relevante, envolvendo preços pagos aos produtores e consumidores, além da arrecadação estadual.