Bayer testa autogestão radical com 90 mil funcionários sem chefes

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Bill Anderson, CEO da Bayer, iniciou um experimento audacioso em junho de 2023, onde 90 mil funcionários trabalham sem gerentes intermediários. O projeto, chamado ‘Propriedade Compartilhada Dinâmica’, visa eliminar a burocracia, incentivando uma cultura de autogestão e compartilhamento de responsabilidades. A reestruturação, que resultou em 12 mil demissões, busca economizar mais de US$ 2 bilhões e acelerar o desenvolvimento de novos produtos.

A proposta de Anderson se alinha a uma tendência crescente entre grandes empresas, que buscam simplificar suas estruturas gerenciais em resposta a um ambiente econômico desafiador. Em vez de redistribuir funcionários entre gerentes, a Bayer criou ‘equipes de missão’, que operam como mini-startups, realizando projetos específicos de maneira ágil. No entanto, a transição apresenta desafios, com alguns funcionários se sentindo frustrados pela falta de estrutura e outros reproduzindo comportamentos hierárquicos.

O sucesso do experimento da Bayer ainda é incerto, com especialistas divididos sobre se essa abordagem representa uma mudança duradoura ou uma tendência passageira. Embora a autogestão possa aumentar a eficiência, a pressão social e a falta de regras podem gerar tensões internas. O futuro deste modelo de trabalho dependerá de sua capacidade de equilibrar autonomia e responsabilidade, garantindo um ambiente de trabalho saudável e produtivo.

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