A atriz virtual Tilly Norwood, desenvolvida por inteligência artificial pela empresa Xicoia, tem gerado polêmica em Hollywood, Califórnia. Desde sua apresentação pela produtora e comediante holandesa Eline Van der Velden no Zurich Summit, a personagem digital provocou reações negativas do sindicato norte-americano de artistas Screen Actors Guild (SAG-AFTRA), que defende a centralidade do ser humano na criatividade artística. O sindicato afirmou que Tilly Norwood não é uma atriz real, mas uma criação computacional baseada no trabalho de artistas profissionais sem autorização ou remuneração.
A controvérsia ganhou força com críticas públicas de atores conhecidos, como Melissa Barrera e Natasha Lyonne, que condenaram o uso da IA para substituir profissionais humanos. O debate ocorre em um contexto delicado, após negociações sindicais que estabeleceram salvaguardas para o uso de imagens e performances digitais de atores, especialmente no setor de videogames. Van der Velden rebateu as críticas, afirmando que Tilly é uma obra criativa e deve ser considerada um gênero artístico próprio, destacando o processo de imaginação e habilidade envolvido na criação da personagem.
O episódio evidencia os desafios enfrentados pela indústria do entretenimento diante da rápida evolução tecnológica e levanta questões sobre ética, direitos trabalhistas e regulamentação do uso da inteligência artificial. A repercussão pode influenciar futuras políticas e práticas no setor audiovisual, equilibrando inovação e proteção aos profissionais humanos.

