Antonio Obá, um dos principais artistas contemporâneos brasileiros, encontrou uma nova direção criativa em sua visita a Olhos d’Água, distrito de Alexânia, Goiás, em junho de 2013. Durante uma caminhada noturna, um cheiro peculiar o paralisou, levando-o a uma profunda reflexão sobre suas origens e influências. Esta experiência se tornou um marco em sua carreira e na sua busca por um significado mais profundo em sua arte.
A atmosfera única do lugarejo, marcada pelo silêncio e pela escuridão, fez com que Obá revisse suas relações familiares e seus traumas pessoais. Ele percebeu a importância de trabalhar com temas que ressoassem com sua identidade e a história agrária do Brasil. Suas obras, que vão desde pinturas a performances, passaram a explorar questões de negritude, racismo e religiosidade, refletindo sua vivência e a complexidade cultural do país.
Hoje, Obá utiliza sua arte como um canal de diálogo com as origens e a história que moldaram sua trajetória. Ao fazer isso, ele não apenas celebra suas raízes, mas também propõe uma reflexão crítica sobre a sociedade brasileira contemporânea. Seu trabalho continua a impactar e inspirar, desafiando o espectador a considerar a narrativa mais ampla da identidade brasileira e suas nuances.

