Em Belém, no dia 27 de outubro de 2025, o agronegócio brasileiro manifestou preocupações sobre as possíveis ‘medidas unilaterais’ da União Europeia relacionadas ao acordo de livre comércio com o Mercosul. A diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil enfatizou que, embora o setor apoie o pacto, regulamentações como a do desmatamento podem se tornar entraves significativos. O Brasil, que exportou US$ 165 bilhões em produtos agrícolas em 2024, teme que essas medidas restritivas possam prejudicar o acesso ao mercado europeu.
Durante a entrevista, a especialista ressaltou que a legislação da UE, que proíbe a entrada de produtos de áreas desmatadas após 2020, pode excluir muitas produções brasileiras. Apesar de o Brasil estar em um processo de expansão agrícola e manter 80% da Amazônia preservada, as exigências da UE podem não considerar a realidade legal e ambiental do país. A diretora também apontou que a seção de salvaguardas do acordo apresenta limites que restringem a atuação dos produtores do Mercosul, e as negociações nessa área ainda permanecem indefinidas.
Diante desse cenário, o agronegócio brasileiro clama por um diálogo mais equilibrado e transparente com a União Europeia. As incertezas em torno do acordo podem transformar uma oportunidade de crescimento em desafios para o setor. Com as negociações ainda em aberto, o futuro do comércio agrícola entre o Brasil e a UE continua em jogo, exigindo atenção e mobilização de todos os envolvidos.

