O YouTube aceitou pagar R$ 130,4 milhões ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para encerrar um processo judicial aberto em 2021 após a suspensão da conta oficial dele na plataforma. O acordo foi homologado em 29 de setembro no Tribunal Federal de Oakland, na Califórnia, sem que a Alphabet, controladora do YouTube, admitisse culpa. A suspensão da conta ocorreu em janeiro de 2021, dias após a invasão ao Capitólio por apoiadores de Trump, motivada por publicações consideradas incitação à violência.
A conta permaneceu suspensa até março de 2023, quando o YouTube a restabeleceu alegando a necessidade de garantir acesso igualitário aos candidatos durante as eleições. Em julho de 2021, Trump processou o YouTube, Alphabet, Google e seu CEO Sundar Pichai, além das empresas Meta e Twitter, alegando censura política e violação da Primeira Emenda da Constituição dos EUA. O processo também envolveu outros demandantes, como a American Conservative Union e a autora Naomi Wolf. A defesa do YouTube sustentou o direito das empresas privadas de moderar conteúdos sem interferência governamental.
Segundo os termos do acordo, R$ 117 milhões serão destinados por Trump ao Trust for the National Mall para financiar parte da construção de um salão de baile na Casa Branca avaliado em R$ 1 bilhão. Outros R$ 13 milhões serão divididos entre os co-demandantes e honorários advocatícios. O YouTube não se comprometeu a alterar suas políticas de moderação. Este acordo soma-se a outros fechados por Trump com gigantes da tecnologia neste ano, totalizando mais de R$ 479 milhões em pagamentos relacionados a suspensões de contas.