O Grupo Voepass, com sede em Ribeirão Preto (SP), enfrenta sua pior crise financeira após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cassar seu Certificado de Operador Aéreo (COA) em agosto de 2024, impedindo a operação de voos. Em decisão recente, a Justiça concedeu à empresa mais 180 dias para suspender cobranças de credores enquanto busca viabilizar seu plano de recuperação judicial. A medida visa garantir tempo para negociar ativos e reestruturar suas finanças.
Em agosto, o controle societário da Voepass foi alterado: a MAP Transportes Aéreos passou a controlar integralmente as ações da companhia, substituindo a Passaredo Transportes Aéreos, que teve seu COA cassado pela Anac. Essa mudança estratégica tem como objetivo facilitar a negociação de 92 slots — cotas de pouso e decolagem em aeroportos brasileiros — avaliados em mais de R$ 182 milhões. A empresa argumenta que a venda desses ativos é essencial para o pagamento das dívidas acumuladas, que ultrapassam R$ 193 milhões.
A Voepass aguarda a realização da assembleia de credores prevista para outubro, quando será definido o plano de recuperação judicial. Enquanto isso, tenta impedir que a Anac redistribua os slots remanescentes para outras companhias aéreas. O desfecho dessa negociação pode determinar o futuro da empresa no mercado aéreo brasileiro e influenciar a recuperação financeira do grupo.