A violência política de gênero em Goiás se torna cada vez mais evidente, com denúncias de assédio e intimidação contra mulheres no poder público. A deputada federal Silvye Alves (UB-GO) relatou que recebeu fotos de um homem enviadas para seu e-mail oficial, enquanto a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) também sofreu assédios e ameaças. Apesar das denúncias, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) não reconheceu a violência, alegando que não houve crime político, o que levanta questões sobre a proteção das mulheres na política.
O contexto revela um padrão preocupante de silenciamento e deslegitimação das vozes femininas. Outras mulheres, como a deputada estadual Bia de Lima (PT-GO), enfrentam ataques constantes durante as sessões da Assembleia Legislativa, sendo alvo de comentários desrespeitosos por parte de colegas. A decisão do TRE-GO, que rejeitou a denúncia de Bia em maio, reflete uma cultura que minimiza a gravidade da violência política de gênero, perpetuando um ambiente hostil para as mulheres.
As implicações desse cenário são profundas, pois não apenas afetam as vítimas diretamente, mas também desencorajam a participação feminina na política. O sistema parece se alimentar do silenciamento das mulheres, que enfrentam um custo elevado para permanecer em cargos públicos. O reconhecimento da violência política de gênero é essencial para garantir um espaço mais seguro e igualitário para todas as mulheres na política brasileira.