Cientistas alemães descobriram uma surpreendente abundância de vida marinha sobre bombas nazistas não detonadas no Mar Báltico, especificamente na Baía de Lübeck. O estudo, publicado no periódico Communications Earth & Environment, revelou que organismos como estrelas-do-mar, caranguejos e anêmonas prosperam em estruturas de metal, que antes eram consideradas perigosas. A concentração de organismos chegou a cerca de 40 mil indivíduos por metro quadrado, superando os números encontrados em sedimentos da região.
A pesquisa destaca que o fundo do Mar Báltico é predominantemente coberto por lama e areia, tornando superfícies rígidas como as das bombas um recurso escasso para a fixação de organismos. Apesar da presença de produtos químicos perigosos, como o TNT, a fauna se estabeleceu e atingiu densidades semelhantes às de ambientes naturais. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que as estrelas-do-mar poderiam estar se alimentando de biofilmes formados sobre o explosivo em decomposição.
Essa descoberta levanta questões sobre a relação entre a biodiversidade e os resíduos de guerra, sugerindo que a remoção das ogivas deve considerar sua função ecológica. Os cientistas propõem que, ao retirar os explosivos, sejam instaladas estruturas artificiais seguras para preservar o habitat marinho. Assim, a ação não apenas remediaria o ambiente, mas também ajudaria a restaurar a complexidade perdida no ecossistema do Mar Báltico.