O governo da Venezuela anunciou neste sábado (13) que um destróier da Marinha dos Estados Unidos interceptou e ocupou uma embarcação de pesca de atum venezuelana por oito horas nas águas da Zona Econômica Especial do país sul-americano na sexta-feira (12). O ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil, afirmou que a embarcação era tripulada por nove pescadores ‘humildes’ e era ‘inofensiva’, exigindo que os EUA cessem imediatamente tais ações, que colocam ‘a segurança e a paz do Caribe em risco’.
As tensões entre os dois países têm aumentado nas últimas semanas, com Maduro convocando os cidadãos a se prepararem para uma possível ‘luta armada’ em defesa da soberania nacional. Durante um discurso no encerramento do Congresso Plenário do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), ele anunciou a mobilização de forças militares e civis em 284 pontos de ‘frente de batalha’ em todo o país. A retórica agressiva ocorre em um contexto de crescente presença militar americana na região, com o envio de caças F-35 para Porto Rico.
A situação levanta preocupações sobre a escalada do conflito entre os dois países, especialmente com a Venezuela acusando os EUA de tentativas de desestabilização. A falta de resposta oficial dos Estados Unidos até o momento deixa em aberto as possíveis repercussões diplomáticas e militares dessa crise. O governo venezuelano se vê pressionado a reagir diante do aumento das hostilidades, o que pode impactar ainda mais a já tensa relação entre Washington e Caracas.