O varejo brasileiro registrou uma queda de 1,4% em agosto de 2025 em comparação ao mesmo mês do ano anterior, segundo o ICVA (Índice Cielo do Varejo Ampliado), divulgado nesta segunda-feira (8). Este é o terceiro mês consecutivo em que o indicador aponta retração, refletindo um cenário de cautela por parte dos consumidores. Apesar da queda no faturamento real, o faturamento nominal cresceu 3,5%, evidenciando o impacto da inflação acumulada de 4,95% nos últimos 12 meses sobre o poder de compra da população.
A retração no volume real de vendas ocorre em um contexto de desaceleração econômica, com o PIB apresentando resultados negativos no segundo trimestre. Todos os três macrossetores analisados pelo índice mostraram queda real em agosto: bens duráveis e semiduráveis (-4,1%), serviços (-1,8%) e bens não duráveis (-0,4%). A leve queda no setor de supermercados e hipermercados está relacionada à deflação nos preços dos alimentos, com o IPCA-15 registrando uma deflação de -0,14% em agosto.
A queda no faturamento real foi observada em todas as cinco regiões do Brasil, sendo a maior retração registrada na região Norte (-4,0%). O comércio eletrônico continua a crescer, com um aumento de 3,9%, superando as vendas físicas que subiram 3,4%. Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo, destacou que os números reforçam a percepção de um consumidor mais cauteloso e indicam uma tendência de crescimento nominal com queda real no varejo brasileiro.