O consumo de antibióticos no Brasil aumentou 31,2% entre 2014 e 2019, segundo dados do Ministério da Saúde, com a região Sudeste liderando as vendas. O uso inadequado, principalmente para tratar infecções virais como gripes e resfriados, tem impulsionado a resistência bacteriana, considerada uma ameaça silenciosa à saúde pública. A Sociedade Brasileira de Infectologia aponta que quase um quarto da população utilizou antibióticos por conta própria no último ano.
Esse cenário preocupa especialistas e autoridades, pois a resistência antimicrobiana já é responsável por mais de um milhão de mortes anuais no mundo, podendo chegar a 39 milhões até 2050 se não houver mudanças. Iniciativas como o Global Respiratory Infection Partnership (GRIP) promovem diretrizes para o uso racional desses medicamentos, enfatizando tratamentos sintomáticos quando não indicados antibióticos. O papel das farmácias e a educação em saúde são fundamentais para reduzir a automedicação.
O Brasil reforça seu compromisso internacional na luta contra a resistência bacteriana, alinhado às discussões do G7 e G20 e à abordagem de Saúde Única. Médicos, gestores e cidadãos devem atuar juntos para garantir o uso criterioso dos antibióticos, preservando sua eficácia. Com a chegada da primavera e o aumento das doenças respiratórias virais, é essencial conscientizar a população sobre alternativas seguras antes de recorrer a esses medicamentos.