A Unicamp, situada em Campinas (SP), está na vanguarda do combate à desinformação ao utilizar inteligência artificial (IA) para identificar deepfakes. O laboratório recod.ai, que conta com 200 pesquisadores e 350 colaboradores globais, desenvolve técnicas que competem em um incessante jogo de gato e rato contra a criação de conteúdos falsos. Anderson Rocha, coordenador do laboratório, destaca que a detecção de fraudes digitais é uma prioridade, especialmente em um cenário onde a tecnologia pode criar rostos e vozes falsas em minutos.
O recod.ai tem se mostrado pioneiro na América Latina, com ferramentas que analisam elementos invisíveis ao olho humano, como iluminação e textura da pele, para diferenciar imagens reais de sintéticas. Além disso, a equipe se preocupa com a diversidade nos dados utilizados para treinar os algoritmos, evitando preconceitos que possam surgir nas análises. A combinação de duas IAs permite que a ferramenta forneça uma porcentagem de probabilidade de falsificação, alertando os usuários sobre conteúdos suspeitos.
As aplicações das tecnologias desenvolvidas no recod.ai vão além da detecção de deepfakes. Projetos em parceria com a Polícia Federal visam identificar pornografia infantil, enquanto iniciativas na área da saúde buscam antecipar diagnósticos de doenças como diabetes gestacional e Alzheimer. Essa abordagem inovadora não apenas melhora a segurança pública, mas também transforma a medicina de reativa para preventiva, ampliando as possibilidades de tratamento e cuidado.