A União Europeia (UE) finalizou o texto do acordo de livre comércio com o Mercosul, um passo decisivo na criação da maior zona de comércio do mundo. O pacto, que promete unir um PIB conjunto de cerca de 22 trilhões de dólares e um mercado consumidor de 720 milhões de pessoas, foi concluído no último dia 3 e agora aguarda ratificação. Após 26 anos de negociações, as partes envolvidas demonstram otimismo cauteloso quanto à implementação efetiva do acordo.
As negociações avançaram em meio a um cenário de crescente protecionismo, especialmente com a política comercial do ex-presidente americano Donald Trump. A redução da oposição interna na Europa, particularmente por parte do presidente francês Emmanuel Macron, que busca uma saída honrosa para os agricultores franceses, também contribui para a expectativa de que o acordo seja ratificado. Com a definição de regras para salvaguardas e um processo simplificado para a redução das tarifas, as partes estão mais próximas de um consenso.
Embora o acordo não represente uma solução definitiva para os desafios comerciais enfrentados pelo Mercosul, ele sinaliza uma nova direção nas relações comerciais globais. A aprovação provisória no Parlamento Europeu pode permitir que as tarifas sejam reduzidas gradualmente, beneficiando as exportações brasileiras e pressionando os governos a ratificar o pacto completo. Assim, o acordo UE-Mercosul pode se tornar um modelo alternativo em um cenário internacional cada vez mais polarizado.