Os Estados Unidos sancionaram a rede de apoio do juiz brasileiro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em um movimento que reflete a postura agressiva do governo Trump em relação ao Judiciário de outros países. As sanções, que incluem tarifas sobre produtos brasileiros e revogação de vistos, foram motivadas pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe após as eleições de 2022. Trump tem se manifestado repetidamente, chamando a situação de ‘caça às bruxas’ contra seu aliado ideológico.
A intensidade das ações americanas contra o Brasil é notável, especialmente quando comparada a intervenções anteriores em democracias como Israel e França, onde as críticas foram apenas verbais. O especialista em democracia Thomas Carothers observa que o uso da Lei Magnitsky para sancionar um juiz e sua família em um país democrático é incomum e levanta preocupações sobre a interferência dos EUA em assuntos internos brasileiros. O Itamaraty expressou indignação, considerando as sanções uma violação da soberania nacional.
As novas sanções também atingem Viviane Barci de Moraes, esposa do juiz, e a empresa LEX, ligada à sua família. Enquanto isso, o deputado Eduardo Bolsonaro articula nos EUA para pressionar pela absolvição do pai. A escalada das tensões entre os dois países pode ter implicações significativas para as relações bilaterais, especialmente com a possibilidade de um encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU.