O presidente Donald Trump anunciou sua intenção de trazer a pena de morte de volta a Washington, D.C., para aqueles condenados por homicídio, como parte de sua estratégia para combater o crime na capital. Apesar de a pena capital ter sido abolida na cidade desde 1981, Trump busca utilizar a legislação federal para aplicar essa punição em casos de crimes federais, conforme indicado por Matthew Cavedon, diretor do Projeto de Justiça Criminal do Cato Institute. Durante uma reunião do gabinete em agosto, Trump afirmou que, se alguém matar na capital, buscará a pena de morte, considerando-a uma medida preventiva forte.
A proposta de Trump surge em um contexto onde ele já enviou tropas da Guarda Nacional de D.C. para enfrentar o aumento da criminalidade, resultando em mais de 1.600 prisões desde 11 de agosto. Embora a pena de morte ainda seja legal em nível federal, mudanças na aplicação local exigiriam a intervenção do Conselho Municipal ou do Congresso. A decisão do D.C. Council de abolir a pena capital e a rejeição da população em um referendo de 1992 refletem uma resistência histórica à sua reinstauração na cidade.
As implicações dessa proposta são significativas, pois podem influenciar o debate sobre a pena de morte em outros estados, especialmente aqueles que atualmente não a aplicam. Especialistas apontam que a medida é desnecessária, já que as taxas de homicídio em Washington estão em declínio e não há correlação comprovada entre a pena de morte e a redução da criminalidade. Apesar do apoio público à pena capital ainda ser majoritário, pesquisas indicam uma tendência de queda no apoio ao longo das últimas décadas.