O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 29 de setembro de 2025 que pretende aplicar uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora do país. Embora não tenha detalhado como e quando a medida entrará em vigor, o setor audiovisual brasileiro já avalia os possíveis impactos dessa decisão para a indústria nacional. O diretor de inovação e políticas audiovisuais da Spcine, Emiliano Zapata, explica que a taxa provavelmente será aplicada no sistema de distribuição, que viabiliza a exibição dos longas nos cinemas americanos.
Segundo Zapata, a cobrança atual para inserir filmes internacionais no mercado dos EUA já existe, mas com a nova tarifa, esse custo poderia dobrar, tornando mais difícil para produções brasileiras e outras estrangeiras penetrarem nesse mercado. Isso pode afetar diretamente as campanhas para premiações como o Oscar e o Globo de Ouro, que dependem da aquisição por distribuidoras americanas. Ainda não está claro se a medida incidirá sobre todos os filmes estrangeiros ou apenas sobre produções americanas rodadas no exterior, numa tentativa protecionista para fortalecer Hollywood.
Nos últimos anos, o cinema global tem conquistado maior diversidade geográfica, com filmes como “Parasita” e “Ainda Estou Aqui” ganhando destaque internacional. Entretanto, Hollywood enfrenta queda na produção nacional e busca cenários em outros países devido a incentivos fiscais. A iniciativa de Trump pode ser vista como uma reação à perda do domínio americano no setor audiovisual, podendo provocar mudanças significativas nas relações comerciais e culturais entre os mercados cinematográficos.