O Tribunal de Apelações dos Estados Unidos negou, nesta segunda-feira (15), o pedido de Donald Trump para afastar Lisa Cook do cargo de diretora do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Essa decisão é parte de uma batalha judicial sem precedentes, já que é a primeira vez que um presidente tenta remover um diretor do Fed desde sua criação em 1913. Com isso, Cook poderá participar da reunião de política monetária marcada para os dias 16 e 17 de setembro, onde se espera uma redução nas taxas de juros devido à desaceleração do mercado de trabalho.
A juíza distrital dos EUA, Jia Cobb, havia decidido anteriormente que as alegações de Trump contra Cook, relacionadas a supostas fraudes hipotecárias, não constituem motivos suficientes para sua remoção. A lei que criou o Fed estabelece que seus diretores só podem ser demitidos por justa causa, um termo que não é claramente definido. A administração Trump pretende recorrer da decisão à Suprema Corte, argumentando que o presidente possui ampla liberdade para decidir sobre a remoção de diretores do Fed.
Esse caso tem implicações significativas para a independência do Federal Reserve, essencial para sua função de controlar a inflação e definir políticas monetárias sem pressões políticas. Trump criticou a condução da política monetária pelo atual presidente do Fed, Jerome Powell, e exigiu cortes agressivos nas taxas de juros. A situação ressalta a tensão entre a política e a economia nos Estados Unidos, especialmente em um momento em que o Fed enfrenta desafios econômicos.