Um tribunal dos Estados Unidos decidiu, nesta terça-feira, que o ex-presidente Donald Trump não pode demitir Lisa Cook, diretora do Federal Reserve (Fed). A decisão garante que Cook participe da reunião de política monetária do Fed, marcada para os dias 16 e 17 de setembro, onde se espera um corte nas taxas de juros em resposta à desaceleração do mercado de trabalho. Esta é a primeira vez na história do Fed que um presidente tenta remover um diretor do cargo, o que levanta preocupações sobre a independência da instituição.
A juíza distrital Jia Cobb rejeitou as alegações de fraude hipotecária contra Cook, argumentando que não são suficientes para justificar sua demissão conforme a legislação que rege o Fed. A lei estipula que diretores só podem ser removidos por ‘justa causa’, um termo que nunca foi claramente definido. Cook, que é a primeira mulher negra a ocupar um cargo de governadora no Fed, processou Trump e o banco central, alegando que as acusações são uma tentativa de retaliação por suas posições em política monetária.
O desdobramento deste caso é significativo para a autonomia do Fed em definir políticas sem interferência política. Durante o ano, Trump pressionou o Fed por cortes agressivos nas taxas de juros, criticando seu presidente, Jerome Powell. Embora o Fed tenha se mantido firme contra essas pressões, a expectativa é que um corte nas taxas ocorra nesta semana, refletindo a complexidade das relações entre política e economia nos Estados Unidos.