A terra preta, um solo fértil e escuro encontrado em áreas da Amazônia, é um dos maiores mistérios da arqueologia na região. Este solo, também conhecido como biochar, é resultado de práticas agrícolas indígenas e contém vestígios como cerâmica e carvão, indicando a presença humana ao longo de milênios. Segundo a arqueóloga Kelly Brandão, a presença de terra preta sinaliza um sítio arqueológico, transformando nossa compreensão sobre a história e a ocupação da Amazônia.
A pesquisa sobre a terra preta revela que sua composição rica em matéria orgânica e nutrientes a torna o solo mais fértil da região. O professor Yan Santana destaca que esse solo retém água e nutrientes de forma eficiente, enquanto a professora Elisa Rochedo enfatiza que o legado indígena pode ensinar práticas agrícolas sustentáveis. A quantidade de terra preta em um local indica padrões de povoamento, com áreas maiores sugerindo ocupações longas e intensas.
Entretanto, a exploração descontrolada da terra preta representa um risco significativo, não apenas para o meio ambiente, mas também para a preservação de vestígios culturais únicos. A terra preta é considerada um patrimônio arqueológico e deve ser valorizada por suas propriedades, em vez de ser retirada. Assim, este solo não é apenas um recurso natural, mas uma testemunha da engenhosidade indígena e uma ferramenta essencial para entender o passado e moldar o futuro agrícola da região.