O julgamento da suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) foi novamente marcado por um momento de animosidade nesta terça-feira (9). O ministro Luiz Fux interrompeu o voto de Alexandre de Moraes, relator do caso, para reclamar de uma intervenção feita pelo ministro Flávio Dino, que reforçou a tese de Moraes sobre as blitzes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições de 2022. Fux lembrou que havia um acordo prévio entre os magistrados para que não houvesse interrupções durante os votos, o que gerou um breve debate na sessão.
A intervenção de Dino, embora autorizada por Moraes, foi vista por Fux como uma quebra do acordo, levando a um embate direto entre os ministros. Moraes defendeu que a ação de Dino se alinha à sua interpretação das blitzes da PRF como evidências de uma tentativa de golpe, enquanto Fux se posiciona em contraponto em diversos aspectos do processo. A tensão entre os ministros pode influenciar a análise de questões fundamentais, como a delação do tenente-coronel Mauro Cid e a distinção entre os crimes de tentativa de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
As divergências entre Fux e Moraes refletem um clima de incerteza no STF em relação ao desfecho do julgamento. Com a possibilidade de novas discordâncias sobre pontos cruciais do caso, a dinâmica da Corte pode ser afetada, impactando não apenas o julgamento em si, mas também a percepção pública sobre a integridade das instituições democráticas no Brasil. O desdobramento desse caso é observado com atenção, dado seu potencial para influenciar o cenário político nacional.