Aparecido Rúbio de Araújo, um técnico de enfermagem aposentado de 64 anos, registrou em cartório sua intenção de doar o próprio corpo para pesquisas na Universidade Estadual de Maringá (UEM), localizada no Paraná. O desejo de contribuir para a ciência nasceu quando ele tinha apenas 14 anos, durante uma aula de ciências, e se concretizou em 2000, após a regulamentação da doação no Brasil. Aparecido compartilhou sua decisão com a família, que a respeita e apoia.
O número de pessoas que optam por registrar a doação do corpo para a ciência tem crescido significativamente no Brasil. Em 2017, cerca de mil pessoas haviam feito essa escolha; em 2024, esse número ultrapassou três mil. Aline Marosti, professora de anatomia da UEM, enfatiza que a doação é crucial para a formação dos alunos, pois a experiência prática é insubstituível. Após a doação, os corpos passam por um processo de preparação que pode levar mais de seis meses e são utilizados pelos estudantes de medicina durante o primeiro ano do curso.
A decisão de Aparecido reflete uma mudança cultural em relação à doação de corpos e sua importância para a pesquisa científica. Com 40 instituições no Paraná aguardando doações, iniciativas como a dele podem ajudar a suprir essa demanda crescente. A regulamentação da doação desde 1992 permite que pessoas maiores de 18 anos façam essa escolha, desde que informem seus familiares e realizem o registro em cartório.