Taxas de juros futuros no Brasil encerram estáveis em dia de liquidez reduzida

Fernando Alcântara Mendonça
Tempo: 2 min.

Em um dia marcado pela liquidez reduzida devido ao fechamento dos mercados nos Estados Unidos, as taxas de juros futuros no Brasil apresentaram oscilações, encerrando a sessão estáveis. A curva de juros, que inicialmente caminhava para uma inclinação, foi revertida no fechamento, com a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caindo para 13,920%. A expectativa em torno do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e a continuidade da melhora nas expectativas inflacionárias também influenciaram o mercado.

Os vértices intermediários e longos operaram em alta durante boa parte do pregão, mas encerraram próximos aos ajustes anteriores. O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, indicou uma queda na mediana das estimativas de inflação, refletindo um ganho de credibilidade na política monetária. No entanto, especialistas criticam a falta de clareza no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLOA) de 2026, que prevê um superávit primário de R$ 34,5 bilhões, mas apresenta premissas macroeconômicas otimistas e uma receita líquida considerada incerta.

Além das preocupações fiscais, o julgamento de Bolsonaro no STF, previsto para amanhã, também pode ter contribuído para a instabilidade da curva de juros. O ex-presidente ainda possui um espólio eleitoral significativo, e sua situação pode impactar as relações entre o Brasil e o governo Trump. Especialistas afirmam que os prêmios elevados nos juros longos refletem um desequilíbrio fiscal e incertezas quanto à sustentabilidade da dívida pública local, o que pode exigir ajustes nas metas fiscais futuras.

Compartilhe esta notícia