Em um dia com liquidez reduzida devido ao fechamento dos mercados nos Estados Unidos, as taxas de juros futuras no Brasil apresentaram oscilações, mas encerraram a sessão estáveis. A curva de juros, que inicialmente caminhava para uma inclinação, foi revertida no fechamento, com a parte curta mostrando viés de queda, influenciada pela melhora nas expectativas inflacionárias. Os vértices intermediários e longos operaram em alta durante boa parte do pregão, em meio à percepção de maior risco fiscal e à proximidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, indicou uma queda contínua nas estimativas de inflação, com a mediana para o IPCA deste ano reduzida pela 14ª semana consecutiva. Especialistas destacam que a falta de clareza nas metas fiscais e as premissas macroeconômicas otimistas do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLOA) de 2026 geram incertezas sobre a sustentabilidade da dívida pública. O PLOA prevê um superávit primário de R$ 34,5 bilhões, mas críticos apontam que a receita líquida estimada pode ser difícil de alcançar.
Além das questões fiscais, o julgamento de Bolsonaro no STF, que começa amanhã, também pode impactar o mercado. A situação do ex-presidente é relevante, pois pode influenciar a relação entre Brasil e o governo Trump, que já impôs tarifas sobre produtos brasileiros. A combinação desses fatores contribui para um cenário de incerteza e volatilidade nas taxas de juros futuras, refletindo a complexidade da situação econômica e política do país.