O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou nesta terça-feira (30) que não há evidências que liguem o Primeiro Comando da Capital (PCC) à adulteração de bebidas alcoólicas com metanol no estado. Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, ele afirmou que os envolvidos nas destilarias investigadas não possuem conexão entre si nem com organizações criminosas. A suspeita inicial, levantada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação, indicava que o metanol utilizado poderia ser o mesmo importado ilegalmente pela facção para mistura em combustíveis, mas os inquéritos estaduais não confirmaram essa relação.
Até o momento, São Paulo registra 22 casos de intoxicação por metanol, sendo sete confirmados e quinze em investigação, além de cinco mortes suspeitas, com uma confirmação oficial. As bebidas adulteradas — gim, uísque e vodca — foram consumidas em bares e adegas cujos nomes são mantidos em sigilo. Paralelamente, a Polícia Federal instaurou inquérito para investigar a possível distribuição interestadual das bebidas contaminadas. O ministro da Justiça ressaltou a importância da apuração devido ao caráter interestadual do problema.
O metanol é uma substância altamente tóxica, capaz de causar cegueira permanente, convulsões e morte. Autoridades de saúde recomendam que consumidores adquiram apenas bebidas de fabricantes legalizados, com selo fiscal e lacre de segurança, e que estabelecimentos verifiquem a procedência dos produtos. O governo paulista determinou a interdição cautelar de estabelecimentos suspeitos e realizou apreensões significativas, como em Americana, onde mais de 17.700 garrafas foram recolhidas. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas alerta para o risco de surtos epidêmicos e reforça a necessidade de resposta rápida das autoridades.