O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma na terça-feira, a partir das 9h, o julgamento do ‘núcleo crucial’ da trama golpista, processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus poderão ser condenados por uma tentativa de golpe de Estado. Ao longo dos últimos meses, manifestações e decisões dos magistrados indicaram um provável consenso sobre condenações, mas também possíveis divergências que devem permear o debate no plenário da Corte.
O primeiro voto será do relator, ministro Alexandre de Moraes, que já se posicionou contra a impunidade em casos de golpe. Sua atuação ao longo dos anos, especialmente em processos relacionados ao 8 de Janeiro e ao inquérito das fake news, elevou as expectativas sobre sua manifestação na sessão. Moraes defende que as punições precisam ser “exemplares” para evitar novas conspirações, e suas decisões anteriores indicam que ele pode adotar penas severas para os réus.
As expectativas também se concentram nas possíveis divergências que podem surgir a partir do voto do ministro Luiz Fux, que tem se posicionado como contraponto a Moraes em alguns aspectos. Fux já expressou a intenção de condenar os réus apenas por tentativa de golpe, o que poderia resultar em penas menores. A ministra Cármen Lúcia, por sua vez, tem se mostrado firme na defesa da segurança das urnas eletrônicas e na gravidade da situação, enquanto o último voto ficará a cargo de Cristiano Zanin, presidente da Turma.