A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu neste domingo (28) manter a prisão preventiva do lobista conhecido como Careca do INSS e do empresário investigado Maurício Camisotti. Ambos são suspeitos de participação em um esquema de descontos ilegais aplicados em aposentadorias, que movimentou dezenas de milhões de reais e revelou falhas graves no sistema previdenciário brasileiro. A decisão atende a um pedido da Polícia Federal, que alegou risco de obstrução das investigações e possibilidade de fuga dos investigados.
Segundo a Polícia Federal, os suspeitos tinham acesso privilegiado a informações sigilosas e realizavam movimentações financeiras suspeitas para ocultar patrimônio. O lobista é apontado como o epicentro da corrupção ativa, tendo recebido cerca de R$ 53,58 milhões de entidades associativas envolvidas no esquema, parte dos quais teria sido repassada a servidores e empresas ligadas à cúpula do INSS. Documentos indicam ainda compras de imóveis e salas comerciais por valores elevados, além da utilização de empresas offshore para ocultação de bens.
Apesar das evidências, o lobista negou envolvimento direto nas fraudes, afirmando prestar apenas serviços às entidades investigadas. A Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal sustentam que a manutenção da prisão é necessária para garantir a coleta de provas e evitar interferências no processo. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS continua com novas oitivas para aprofundar as investigações sobre o esquema criminoso.