O Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta terça-feira (2) o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus, todos do alto escalão do governo anterior, por tentativa de golpe de Estado. O foco do debate será a abrangência dos crimes imputados e uma possível divergência do ministro Luiz Fux, que pode influenciar o resultado. As sessões de apresentação do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes e as manifestações da Procuradoria-Geral da República (PGR) estão programadas para hoje e amanhã, enquanto os votos dos ministros da Primeira Turma devem ocorrer na próxima terça-feira (9), com sentenças previstas para o dia 12.
Os réus enfrentam acusações que podem resultar em penas somadas de até 43 anos de prisão. A PGR afirma ter reunido provas substanciais, incluindo gravações e mensagens, enquanto as defesas argumentam que parte das acusações se baseia em delações questionáveis. A possibilidade de recursos que levem o caso ao plenário do STF pode adiar os efeitos de uma eventual condenação, e a maioria dos réus acompanhará as sessões remotamente. A segurança em torno do STF foi intensificada, refletindo a gravidade do julgamento.
Aliados de Bolsonaro preveem um desfecho negativo para o ex-presidente, com possíveis sanções internacionais contra ministros que votarem contra ele e pressão para avançar com um projeto de anistia no Congresso. Este julgamento marca um momento histórico, sendo a primeira vez que um ex-presidente pode ser preso por golpe de Estado e que militares podem ser responsabilizados por planejarem uma ruptura institucional. O cenário político brasileiro pode passar por mudanças significativas dependendo do resultado deste processo.