A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) abre nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de envolvimento em uma trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022. Bolsonaro, que está preso em regime domiciliar desde agosto, enfrenta acusações graves, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e participação em organização criminosa armada, podendo ser condenado a até 43 anos de prisão.
O julgamento é considerado um dos mais significativos da história brasileira, com implicações diretas no cenário político nacional e na corrida presidencial de 2026. Além de Bolsonaro, estão sendo julgados ex-ministros e militares, com o relator do caso sendo o ministro Alexandre de Moraes. Especialistas apontam que uma eventual condenação poderá aprofundar o isolamento do ex-presidente, mas não necessariamente enfraquecerá o bolsonarismo, que pode continuar a se mobilizar em torno de novas lideranças.
Independentemente do resultado, Bolsonaro já se encontra inelegível até 2030, criando um vácuo político que pode ser explorado por figuras como sua ex-esposa Michelle Bolsonaro e governadores como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema. O julgamento ocorre em um contexto de tensões políticas e econômicas, com os Estados Unidos intensificando críticas à Justiça brasileira e ao governo de Lula, o que pode influenciar ainda mais a dinâmica política interna.