A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começa hoje a julgar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete ex-assessores, todos acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de tentarem consumar um golpe de Estado no Brasil. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou alegações finais em que pede a condenação dos réus por cinco crimes, cujas penas máximas podem ultrapassar 40 anos de prisão. Entre os crimes estão liderar organização criminosa armada e atentar contra o Estado Democrático de Direito.
Gonet destaca a importância dos ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes. Segundo o procurador, esses eventos foram parte de um plano maior de ruptura institucional, alimentado pelo incentivo do ex-presidente. Mensagens trocadas entre membros do governo e manifestantes indicam que os atos não foram espontâneos, mas sim orquestrados por uma organização criminosa.
O julgamento pode ter consequências significativas para a política brasileira, especialmente em relação à confiança nas instituições democráticas. A análise das ações de Bolsonaro e seus aliados poderá redefinir a responsabilidade dos líderes políticos em momentos de crise. A PGR argumenta que a sequência de declarações e ações do ex-presidente visava deslegitimar o processo eleitoral e incitar seus apoiadores a questionar os resultados das urnas eletrônicas.