A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou cinco militares, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado em 2022. Esta decisão histórica marca a primeira vez que membros das Forças Armadas são julgados por um tribunal civil no Brasil, refletindo uma mudança significativa na dinâmica entre a instituição militar e a democracia.
Historiadores como Lilia Schwarcz e Carlos Fico destacam a importância simbólica da condenação, embora alertem que a tradição de intervenções militares no Brasil não se encerra com este julgamento. Segundo eles, a origem dessa cultura militarista remonta à Guerra do Paraguai e se intensificou ao longo da República, exigindo reformas na Constituição para evitar futuras tentativas de golpe.
Ambos os especialistas consideram que o julgamento representa um passo importante para a responsabilização de ações golpistas, mas enfatizam que a aprovação de projetos de anistia para os envolvidos nas tentativas de golpe pode representar um risco à democracia. A condenação dos militares poderá ter implicações profundas na percepção pública sobre o papel das Forças Armadas e sua relação com a política brasileira.