As stablecoins, criptomoedas com valor atrelado a moedas fortes como o dólar e o euro, estão ampliando sua participação no sistema financeiro global e na América Latina. Antes vistas apenas como reserva de valor, hoje são utilizadas em pagamentos internacionais por oferecerem rapidez, menor custo e ausência de intermediários. Em entrevista ao Times Brasil, o especialista em criptomoedas e fundador da Finance Move, Tássio Lago, revela que o mercado global de stablecoins movimenta atualmente cerca de US$ 300 bilhões, com estimativas de crescimento entre US$ 1 trilhão e US$ 4 trilhões até 2030.
Nos Estados Unidos, a recente legislação exige paridade de 1 para 1 com o dólar, reforçando a moeda americana como referência mundial. Lago destaca que a predominância do dólar nas stablecoins segue a lógica da moeda como ativo dominante no comércio internacional. Além disso, alguns países já discutem a possibilidade de incluir criptomoedas em reservas oficiais, semelhante ao aumento da participação do ouro em bancos centrais. Embora casos de colapsos anteriores tenham levantado preocupações, novas regras de paridade obrigatória buscam mitigar riscos e garantir a segurança do sistema financeiro tradicional.
As transferências internacionais com stablecoins são realizadas em segundos e com custos reduzidos, enquanto operações bancárias tradicionais envolvem câmbio, taxas e impostos. Lago afirma que as stablecoins não representam um risco sistêmico, mas sim um avanço na modernização do dinheiro. Com empresas privadas diversificando seus ativos e adotando criptoativos, o cenário financeiro global está em transformação, refletindo uma nova era nas transações monetárias.