Setembro marca a chegada da primavera e o aumento das temperaturas, momento ideal para o consumo de sorvetes no Brasil. O mercado nacional tem crescido desde o fim da pandemia, impulsionado pela valorização de produtos artesanais e inovadores. Segundo a Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis (Abrasorvetes), mais de 85% dos brasileiros consomem sorvetes, com uma média anual de 9,1 litros por pessoa. O setor reúne cerca de 11 mil empresas, emprega mais de 31 mil pessoas e fatura aproximadamente R$14 bilhões, com previsão de alcançar R$20 bilhões até 2028. Em Alagoas, sorveterias como Belo Monte, em Maceió, e SorveShow, em Piaçabuçu, exemplificam essa tendência ao oferecer produtos diferenciados e artesanais.
Ivanildo Lima, fundador da Belo Monte, iniciou sua trajetória em São Paulo motivado pela insatisfação com sorvetes industrializados. Com criatividade e apoio familiar, desenvolveu receitas artesanais que conquistaram o público local. Após enfrentar dificuldades como a pandemia e problemas estruturais no bairro Pinheiro, mudou-se para Santa Lúcia, onde a sorveteria se consolidou como referência regional. A marca Belo Monte foi criada para valorizar suas raízes e posicionar o produto como premium. Paralelamente, a SorveShow aposta em sabores inusitados como cerveja e rapadura para atrair consumidores em Piaçabuçu.
O crescimento do mercado de sorvetes artesanais no Brasil reflete uma mudança nos hábitos de consumo, com maior demanda por opções saudáveis e inovadoras. O sucesso das sorveterias alagoanas demonstra que a combinação de paixão, resiliência e apoio institucional pode transformar desafios em oportunidades. Esses negócios contribuem para a economia local e fortalecem a identidade cultural da região, sinalizando perspectivas positivas para o setor nos próximos anos.