A Arpar Participações e Empreendimentos, apontada pela Polícia Federal como parte de um esquema de corrupção que desviou 4 bilhões de reais em aposentadorias, recebeu 98 milhões de reais entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024. Dentre os pagamentos, destaca-se a quantia de 3 milhões de reais destinada ao advogado Paulo Augusto de Araújo Boudens, que atuava como assessor do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Apesar das investigações e das cobranças por explicações, tanto Boudens quanto Alcolumbre mantiveram-se em silêncio sobre as acusações.
A situação gerou alvoroço entre os membros da CPMI do INSS, que tentaram convocar Boudens para depor e questionaram Alcolumbre sobre o afastamento do advogado. Contudo, a resposta foi a ausência de declarações por parte dos envolvidos. Boudens foi transferido para o Conselho Político do Senado após a revelação do esquema de rachadinha em seu gabinete, enquanto Alcolumbre não se manifestou sobre as alegações feitas pelo senador Eduardo Girão.
A Arpar também não se pronunciou quando procurada. O dono da empresa, Rodrigo Moraes, não quis comentar as investigações, que resultaram no bloqueio de 23 milhões de reais em contas ligadas a ele pela Advocacia-Geral da União. A falta de transparência e as conexões entre políticos e empresários levantam preocupações sobre a integridade das instituições e a necessidade de uma investigação mais aprofundada.