O setor industrial brasileiro enfrenta a possibilidade de um período de 12 a 15 meses sem comércio com os Estados Unidos, em decorrência do tarifaço de 50% imposto pelo governo norte-americano. A situação foi discutida por representantes da indústria durante uma missão em Washington D.C., liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que busca reverter ou minimizar os efeitos das tarifas sobre setores críticos como siderurgia, café e frigoríficos.
Durante a audiência pública realizada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), o consultor da CNI, Roberto Azevêdo, enfatizou que o Brasil não adota práticas que prejudiquem deliberadamente os interesses norte-americanos. O presidente da CNI, Ricardo Alban, expressou a intenção de estabelecer uma mesa de negociação com os EUA, destacando a importância do etanol nas discussões, dado que ambos os países são grandes produtores desse biocombustível.
As negociações em andamento podem ter implicações significativas para o comércio bilateral, especialmente se setores afetados conseguirem ser incluídos em uma lista de exceções às tarifas. A contratação do escritório de lobby Ballard Partners, próximo ao ex-presidente Donald Trump, indica que o Brasil está buscando estratégias para mitigar os impactos econômicos e garantir um futuro mais favorável nas relações comerciais com os Estados Unidos.