O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), afirmou que a proposta de anistia ampla, geral e irrestrita não será pautada na comissão. Alencar considera inconstitucional revogar decisões do Supremo Tribunal Federal que punem aqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito. A CCJ é uma etapa obrigatória para discutir o texto da anistia no Senado, e a definição da pauta cabe ao presidente da comissão.
Otto Alencar está aberto a discutir uma proposta alternativa que vem sendo debatida pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com ministros do STF. Essa proposta sugere uma modulação das penas para crimes relacionados a tentativas de golpe e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, diferenciando as punições para manifestantes e líderes dos atos antidemocráticos. No entanto, essa abordagem não agrada aos bolsonaristas, pois não beneficiaria Jair Bolsonaro em uma possível condenação.
A situação no Senado é delicada, pois se a Câmara aprovar a anistia irrestrita com ampla maioria, Davi Alcolumbre pode enfrentar dificuldades para barrar o texto. Além disso, há uma percepção crescente de apoio à pauta da anistia entre os senadores, especialmente em meio a negociações para resolver o motim na Mesa Diretora. Os ministros do STF também se manifestam contra a aprovação de uma anistia irrestrita, considerando-a inconstitucional, o que coloca Alcolumbre em uma posição complicada entre os senadores e o Judiciário.